Vida publica & privada
Na minha vida pública tenho de engolir sapos numa base diária. A vida pública, regra geral, é assim mesmo, e, se até o próprio Sócrates tem de vir pedir desculpa por acender um cigarrito num voo intercontinental, imagine-se o que não tem um tipo absolutamente comum de fazer no seu dia à dia. Isso é na minha vida pública.
Na minha vida privada, contudo, as coisas são diferentes. O último território onde o homem moderno pode (ainda) estabelecer o principado da sua independência é o da sua vida íntima.
Não passo cartão dos meus actos na minha vida privada a ninguém. Não cometo quaisquer crimes privados que possam ser extrapolados para o direito público.
Escrevo o que quero, quando quero e sobra-me tempo. Não ponho os cornos à minha parceira, não vendo amigos nem troco família. Por isso não me queiram vender arquétipos comportamentais; não me queiram impor cabrestos.
Caso contrário, terei de vos mandar para a puta que vos pariu. É essa, talvez, a maior diferença entre a vida pública e a vida privada: na primeira não podemos explodir, na segunda essa é sempre uma possibilidade diária.
Voltasti! E nã mudasti nada, eheheheh.
Beijo
Posted by Marta | 21 de maio de 2008 às 01:11
Pois! Faz parte da «persona» :-)))
Posted by Lúcio Ferro | 24 de maio de 2008 às 14:07
É uma boa definição de riqueza. Ser rico é poder mandar p'ra puta que pariu quer na vida privada, quer na vida pública.
Posted by António Conceição | 14 de julho de 2008 às 13:33
Peço desculpa senhor embaixador, mas não resisto, terá que ter em linha de conta que, on and on, é apenas mais uma metáfora na parede. ^_^
Posted by Lúcio Ferro | 23 de outubro de 2024 às 10:08