quinta-feira, 17 de abril de 2008

Sr.ª Abril



Encontrei esta senhora no dia 25 de Abril de 2007, batiam as três da tarde, e uns poucos de nós queimavam o tempo, enquanto esperavam pelo desfile com o o qual a Esquerda inundaria as seis faxas de rodagem da Avenida. A senhora estava sentada num banco igual a todos os outros, mais perto dos Restauradores do que do Marquês e aos pés tinha uma cesta cheia de cravos, que pretendia vender a um euro cada, assim iam naquela tarde as contas da revolução, num dia tão próximo e ao mesmo tempo tão longínquo, e eu achei-lhe piada.

Abordando-a, pedi-lhe permissão para um retrato. Acabei por tirei uns três. Este foi o que ficou melhorzito, apesar dos pólens e da contra-luz a que a minha fuji é tão sensível.

Pessoalmente, o que me interessa no retrato está na mentira da foto. A mulher parece gasta pelo tempo, miserável e desamparada, numa palavra: esquecida. A isso junta-se a ironia cruel do «espaço arte» e da pastelaria «Veneza» em background. Tudo isso é falso. É verdade que o background foi uma inspiração de momento e a expressão do motivo uma encenação que não pedira. O resultado é belo e em simultâneo cruel.

A verdade é que quando pedi autorização para a foto a mullher se encontrava em animada cavaqueira, com uma colega de ofício. Após consentir em ser retratada, assumiu, sem mais, esta pose, pese embora ou talvez por causa mesmo de todas as minhas súplicas insistentes de «faça lá uma cara laroca!» ou «faça um sorriso!»

Por fim, com poucas chapas disponíveis e ainda com este camarada para alvejar, resignei-me, deixei cair a fuji e agradeci. Instantaneamente, a mulher fez um dos sorrisos mais belos e genuínos que me foi dado ver no último ano.

terça-feira, 15 de abril de 2008

A tribute to perfection



(... ) All avenues wide unwrapped, this is just where I wanted to be and I shall bother you modestly more; my path to magnificence undeniably a theme of perseverance, will power, justice and admiration; a cosmos complete with a totality of thought, I will bother you less than a fleck of dirt in this pursuit of mine for Eternal appreciation and undying splendour, for space is for the mind of Man the peaceful portrait I hereby paint.

In the end of the ending, the beginning of self-resilience, I shit you not, your children will tell the tale of who I was and still am and all of you will be long gone decease by then and me, me and only me alone, will take of thee, of thy fading memories the worthy loving care they wrongly deserve.

Undeniably, I’m a song to be sung by poets, a poem to be written by wiz computer con actors, a sonnet to be bestowed on false friends and factual foes instantly fouled together! Yes, I’m an Odyssey even Ulysses himself dare not shun! Thost thou understand what I have just said? Thost thou fear pernicious foul play in this poetry filled with perfection fabulous? (...)