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Os sapatos do Sr. Ferro




O Sr. M. Ferro tomou posse hoje de manhã, na sua nova capacidade de Juíz de Execução, em cerimónia realizada no Tribunal da Relação de Lisboa. No final da cerimónia, oficiada pela presidente do Conselho Jurídico da Ordem, o Sr. M. Ferro confessou-se «contente» com o evento, o qual, feliz, classificou como «ponto de partida» para o «futuro de muitas pessoas». Depois da foto de família da praxe e filosofando sobre as suas novas atribuições, no almoço comemorativo que se seguiu, o Sr. M. Ferro desabafaria: «É certo que esta não é uma actividade popular, sobretudo numa sociedade tão endividada. Mas, mais importante, esta é um actividade de Justiça, para cumprir, estejam as pessoas endividadas ou não. Nada justifica a fuga ao fisco e quem o faz deve ser punido».

O Sr. M. Ferro tomou posse com outros treze novos juízes de execução, dois dos quais são juízas. Questionadas informalmente, ambas afirmaram, por entre sorrisos de visível contentamento, não sentirem qualquer segregação de género no Juizado de Execução. No entanto, sob o imperativo do off the record, o Sr. M. Ferro confidenciar-nos-ia a esse propósito, ao cair da noite: «Elas são boas como o milho, e está tudo dito, boas como o milho». A nossa reportagem pode afirmar que, mais uma vez, pelo menos no que respeita ao critério estético, o Sr. M. Ferro não se enganava.

Pronto, não resisti, mesmo não querendo comentar porque para já li pouco e de outro blog de onde vim, não gostei da ideia de escrever para se magoar.
Primeiro é um pouco estranho que tomassem posse em Março. Segundo que a cerimónia fosse realizada no T.R.L.. Terceiro que fosse oficiada pela presidente do Conselho Jurídico da Ordem (?!)
Quarto, não costuma haver fotos :)
nem almoços comemorativos. Quinto, nestes tribunais são cobradas dívidas cíveis, não fiscais. Sexto, nos tribunais de execução, executa-se, não se pune. Vá lá, pelo menos terão todos considerado que as duas juízas eram atraente.

Minha cara:

Vou dar de barato que percebeu a intenção do texto e que o seu comment é só para fazer conversa.

Não só pouco ou nada percebo dos meandros da justiça (cível ou criminal) como nunca estive presente em qualquer cerimónia de tomada de posse, de juízes, de directores-gerais ou outros.


De qualquer maneira, sugiro a leitura do livro de Brecht «Histórias do Senhor K.» que na altura me deliciou e que motivou a redacção deste mediócre exercício.

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